quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Alguns meses mais tarde...

Sim, é dezembro.
Sim, meu último post foi em agosto.
Sim, faz tempo hein!?
Realidade afirmada, vamos ao que interessa: o hoje.
Depois de tantos meses, o que era novidade já virou museu. Mas eu digo assim mesmo, só pra fazer de conta que foi ontem. Eu tirei a carteira de motorista, fiz o GRE (merecia um post só pra essa merda, mas agora já caguei tudo mesmo), me inscrevi num voluntariado com doentes terminais, finalizei o treinamento pro voluntariado, enviei uma porrada de currículos...
Ah! Antes que me esqueça (se é que é possível isso acontecer sem que eu perca massa encefálica): Estou desempregada! Tudo começou quando eu decidi que não dava mais pra ficar no call centre. Parte de mim já havia decidido isso na minha primeira semana de trabalho, era só uma questão de quando o pinico ia encher até a boca. Resolvi finalizar esse capítulo da minha vida enquanto eu ainda tinha essa opção. Nos meses seguintes me dediquei a estudar para o GRE, procurar possibilidades de emprego na minha área e, claro, dormir - nem sempre nessa ordem.
O GRE levou consigo boa parte de meus neurônios, um pedaço da minha auto-estima e alguns dólares (nem entremos em detalhes...). O TOEFL foram umas uvas sem caroços perto do complexo caranguejo de 15 patas deformadas que eu tive que comer (Ô trabalho de corno!). As notas foram tão baixas que eu nem me lembro mais. Pra quem não sabe o que é o GRE, vai ai uma explicação rápida. O GRE é um teste que algumas - a maioria- universidades pedem como pré-requisito para entrar num curso de pós-graduação (leia-se mestrado, doutorado). Ele é dividido em três partes: verbal, matemática e redação. Pessoalmente eu acreditava nisso antes de fazer o teste. Agora eu acho que uma divisão mais justa nomearia essas categorias em: "mamãe, eu sou analfa", "puta merda, eu não vi isso no segundo grau" e "eu juro que eu entendi, mas eu não sei dizer".
Lembro (com muito esforço, dado o severo trauma sofrido) que não sei por que diabos das cargas d'água da compesa eu tirei uma nota maior em matemática. Foi a prova concreta de que a última coisa que esse teste fez foi refletir a minha real pessoa. A matemática e eu sempre caminhamos em calçadas diferentes. Não, não foi por falta de esforço, é que tem gente que nasce desprovida mesmo, sabe? Acho que esse ano já posso dar adeus a possibilidade de entrar num mestrado ano que vem. Totalmente cômico, se não fosse trágico! Agora é só esperar chegar o final de 2011 para a seleção de mestrado para 2012! Acho que já presenti que ia feder feio e só me inscrevi na York University.
Psicologia me parece cada vez mais distante. Mas eu ainda não desisti! Calma! Porém, todavia, contudo, uma outra porta se abriu. Pesquisando sobre emprego, voluntariado, oportunidades de ganhar dinheiro sem precisar rifar meu corpo, achei um programa legal na Ryerson University. É um certificado em prática na área de Serviço Social. São 10 meses de teoria e prática (estágio numa instituição) e, no final, se sai com um certificado na prática. Passei na universidade pra falar com a coordenadora do programa e ela me deu várias informações valiosas. O curso é voltado para imigrantes e começa no meio do ano. Como vi que muitas das vagas de emprego na área de counselling são classificadas como Social Service, esse certificado seria uma coca-cola gelada em Mossoró, ao meio-dia de janeiro. A salvação! Como tenho um bacharelado em Psicologia, a coordenadora me disse que, após o certificado, se fosse do meu interesse, eu poderia entrar na universidade pra concluir um bacharelado em serviço social (segundo ela, isso duraria 1 ano). Claro que a mamãe aqui ficou super interessada. Mamãe quer dindin, carro e, se não for pedir muito, uma casa! Se possível, nos próximos 2 anos! Esse negócio de estudar, pra tentar, quem sabe, num dia lindo ensolarado entrar no mestrado não é pra mim. Pra ser bem sincera, eu nem sei se algum dia foi. Talvez seja, quem sabe. O que eu tenho certeza é que, pelo amor de papi do céu, eu quero sair dessa pindaíba! Tá, esse meu horário flexível está super cômodo (gostaram do eufemismo? hein!? horário flexível, ui!), mas eu quero mais! Torçam por mim!
Antes de finalizar esse post, eu quero deixar um comentário aqui sobre essa maravilha que Deus criou chamada inverno. Em inglês não é tão óbvio, mas em português está mais escancarado que perna de kenga em boleia de caminhão: se inverno fosse bom se chamaria céu, paraíso, ikea (tá, essa é por minha conta), outlet, Geoffrey Dean Morgan. Isso aqui está longe de bom. A Neve mela tudo, as calçadas ficam escorregadias, as pessoas ficam todas parecendo o boneco de Marshmallow dos Caça-fantasmas (glamour? Zero!), as conversas fiadas no meio da rua acabam, o trânsito fica mais lento, esperar ônibus consegue ser ainda pior (ô pobreza!) e eu não vou nem mencionar a ida ao supermercado...
Eu sou o grinch do inverno! Eu quero sabotar essa porcaria! Morte ao inverno! Já!
E pra aqueles que pensam que esse é meu primeiro inverno, digo: É não, visse? Sei bem o que é -15, -20. Infelizmente eu sei que a festa só acabou de começar...
É um inferno esse tal de inverno...
C'est comme ça! Good luck for those who need e até amanhã aos que verei!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ativando o quase desativado...

Hello pessoas!

Tem sido um longo e intenso verão...

Peço mil perdões pela demora em atualizar essa joça, mas eis que volto - fiquem felizes, é o que importa, né não!? Difícil saber por onde eu começo, mas vamos lá!

Desde julho comecei a trabalhar n, graças um call center à minha miga Rossana que me indicou pra vaga. O que eu faço? Sou uma agente bilíngue. Parece até chique quando eu coloco dessa maneira: agente bilíngue. Se eu não tivesse mencionado o "call center" garanto que vocês iam estar pensando: "Eita pleura, alice é intérprete! Uau!" Não meus caros, estou bem longe disso. Aliás, longe disso e do meu local de trabalho também.

Na ida demoro cerca de 1 hora e meia pra chegar lá na rua da p*** que o p**** com a rua do k**. Pra quem não sabe aqui no Canadá a gente sempre se orienta em relação aos endereços falando os nomes das ruas que se cruzam. Essa é a intersecção do meu trabalho. Como na ida vou bem cedo, não pego muito trânsito e não tem muita gente nas paradas de ônibus. Assim, o ônibus vai rápido e pára poucas vezes. Já na volta, é outraaaa história. Quer dizer, isso depende de que horas eu volte. Sim meus queridos, porque lá na empresa os agentes bilíngues (chiquéééérimo!) tem vários horários. Bem, me pautando pelo horário das pessoas normais (de 9 às 5), eu demoro entre 1 hora e quarenta e 2 horas pra chegar na minha residência. É uma perda de tempo dos infernos. No total eu pego 2 metrôs e 2 ônibus. O trampo fica em scarborough, uma cidadezinha bem pertinho de Toronto. Assim, é pertinho quando se vai uma vez ao mês pra fazer sei lá o que naquele fim de mundo, mas pra quem vai todo santo dia é a viagem ao centro da terra - ou seria ao centro do orifício do mundo? Enfim, deu pra entender.

O ambiente de trabalho é muito legal. Tem muitos brasileiros, mas também tem portugueses, africanos, haitianos, caribenhos, enfim um ambiente bem torontoniano. Os poucos canadenses (nascidos e criados) que lá existem são filhos de imigrantes. Todos se dão bem, fofocam pra chuchu e juntos dividimos os esporros nossos do dia a dia. Juntos acalmamos uns aos outros e rimos muito também.

Pessoalmente eu nunca me imaginei atendendo telefonemas o dia inteiro. É extremamente cansativo, especialmente quando se está toda hora a mudar a "chavinha" mental do português pro inglês e vice-versa. Com o tempo a gente se adapta, mas mesmo assim o cotidiano é bem cansativo.

Feliz, feliz no emprego eu não estou, mas pro aqui e agora ele me provém o que preciso: bufunfa, dindin, doletas! Sinto uma falta danada do consultório, da psicologia, de estudar psi, de respirar psi. Às vezes volto pra casa pensando: o que diabos eu estou fazendo? Aliás, às vezes é pouco. Todo dia seria uma expressão mais sincera. Até agora não consegui definir bem essa resposta. Por enquanto vou seguindo nesse caminho.

Meu apê tá quase todo do jeitinho que eu quero ele. Está mobiliado, mas ainda falta aquele toque que diz "ei, mora alguém aqui". Faltam quadros na parede, mais fotos e artigos decorativos em geral. Falta também um item bem importante, mais especificamente no cômodo no subsolo do prédio: UM CARRO! Todo dia voltando do prédio ao lado das botas de judas (aquelas que ele perdeu!), fico olhando os carros na rua, feito cachorro olha galeto em padaria. Na minha cabeça só vem: "hmmm delícia! hmmmmmmm ahhh eu num desses!". Para os menos higiênicos mentalmente, não estou falando de nada sexual. É um carro queridos! Enfim, mas esse é um outro capítulo...

C'est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Abalou, abalou, sacudiu, balançou!

Papi do céu, faz tempo que eu não ponho os pés (ou seriam os dedos!?) nesse blog. Em minha defesa, digo que estava super ocupada com uma porrada de coisa que não vale a pena dizer aqui, por enquanto.

Hoje eu quero falar do momento ápice da minha semana: o terremoto. De fato, só não mexeu quem não percebeu. Todo mundo mexeu!!!! No momento exato do tal terremoto eu estava no YMCA, esperando pra fazer o meu assessment test de inglês (teste de nivelamento). A querida que ia aplicar a prova havia saído um momento da sala pra falar com alguém, antes de começarmos o teste. Fiquei sozinha por uns minutinhos. Primeiro senti as janelas mexerem e pensei se tratar de um vento mais forte. Depois percebi que a cadeira que eu sentava, a mesa da querida, os móveis, tudo mexia. Sensação de pobreza total, me senti numa palafita às margens do capibaribe, num dia de vento forte.

Que sensação mais estranha. Aliás, tão estranho quanto a reação das pessoas depois do ocorrido: "ah, balançou, você percebeu? Hahaha." E o mundo continuou a girar como sempre. Se isso fosse em Recife, estava todo mundo do lado de fora do prédio rezando pra Deus não acabar com o mundo naquele dia. Garanto que ia ter até experiência mística, imagem de santo em janela rachada e Gugu cobrindo a matéria, claro! Enfim, passou, acabou, se foi e bola pra frente que a copa continua e o G20 é esse final de semana!

E por falar na Copa...

Meus caros e minhas caras que ficaram no Brasil, vocês não tem idéia da Copa aqui em Toronto. Como a cidade é entupida de imigrantes, estou me sentindo como se a Copa fosse aqui. Aqui ninguém se sente mal representado. Acho que pra cada buraco que existe nesse mundão de papi do céu tem um representante nessa cidade. Dai, ganhar aqui é muito mais gostoso do que em solo brasileiro. Afinal, só tem graça de ser o winner quando tem o loser pra assistir a vitória. Ok, é perverso, mas não menos gostoso. Claro que o contrário também se aplica, infelizmente: Ser o loser aqui é pior que espinha no nariz. Detestável!!!

Em relação as novidades, por aqui não há nada de novo. De novo aqui só como sinônimo de novamente. Todo dia eu novamente busco emprego, mando currículos e espero pacientemente uma resposta.

Essa semana fui bastante no YMCA: fui fazer meu teste de nivelamento, análise de currículo e sim, teste vocacional!Pasmem: voltei aos meus 16 anos de idade! Tudo parte de um programa do governo de Ontario chamado "Starting point". Eles fazem uma análise geral das suas habilidades, suas tendências profissionais, te ajudando na escolha do trabalho ideal para seu perfil. Através desse programa é possível fazer equivalência de diploma gratuitamente e ele meio que abre as portas pra uma outra porrada de programas do governo. Fica aqui registrada a minha sugestão para os que vem pra Toronto.

Vou finalizar esse post com a piadinha da semana (na minha opinião) sobre o terremoto. Essa saiu no twitter e o Metro, um jornal gratuito que circula em várias cidades do Canadá, publicou - entre outras piadinhas.

"Finally the Quebec is separating!"

Tô rindo até agora!

C´est comme ça! Good luck for those who need e até amanhã aos que verei!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O meu apê é...

Hello people! (como diria uma grande amiga minha)

Após um certo período de ostracismo, eis que volto aqui pra falar do que tem sido esses últimos dias nessa cidade grande. A grande novidade é o nosso apartamento novo! Ok, deixa eu refazer essa frase: A grande novidade é o nosso velho novo apartamento. Até porque ele não é tão novo assim...E já que eu fiz referência a ele, por que não falar sobre essa mais nova maravilha da natureza? Vou retornar as minhas origens mais arcaicas e fazer uma pequena redação, aos moldes "mamãe, estou me alfabetizando", sobre o meu apê:


O meu apê
(por mim mesma)

O meu apê é lindo, grande e colorido. Nele moram eu e Diogo e alguns pequenos insetos que achei dentro do closet. Somos uma família feliz, apesar da minha ânsia diabólica em matar meus vizinhos de closet toda vez que encontro um deles. O meu quarto é o mais normal: branco. Nomeei o meu apê de skittles, pois como eles, meu lar tem todas as cores do arco-íris. Quando se entra no meu apê a primeira coisa que se percebe é a bonita cor da corredor de entrada: azul claro. A sala é verde, mas só a sala de estar. O outro pedaço da sala - de jantar- é bege. Não é linda minha sala? O meu banheiro é goiaba, lindão! O outro corredor, o que vai pros quartos é azul, como o da entrada. Sabe como é né, pra identificar que é um corredor. Como eu disse, o meu quarto é o lugar mais normal do meu apê. Isso graças ao meu pedido humilde pra antiga moradora. Antes ele tinha uma parede pintada de rosa choque. Era muito feio antes, agora melhorou e eu fiquei muito feliz. Pra fechar, tem o outro quarto que é lilás. É lá onde a minha mamãe irá residir quando vier para Toronto. Dai você me pergunta: por que ele é assim alice? Dai eu respondo: ué porque sim. Morra de inveja, você não tem um arco-íris em casa. Não é lindo o meu apê?

Fim

Agora voltando para o mundo adulto dos fatos. Sim meus caros, o apê é muy colorido. A antiga moradora nos disse que achava todos os apartamentos no Canadá muito iguais. Todos eram bege ou branco e isso a incomodava. Dai ela decidiu dá uma levantada no apê dela e eis que tudo ficou assim. Tirando a parede rosa choque convulsivo, eu adorei tudo. O fato da sala ser pra dois ambientes é bem enfatizado por ela ter duas cores e eu adoro o fato dos corredores serem azuis. Enfim, esse apartamento era pra ser nosso. Comparado ao meu kinder ovo, o meu skittles é um palacete. Tem até varanda!!! Janelão com vista totalmente privilegiada para o metrô! Ok, Diogo não dorme bem já faz uns dias, mas eu sei que em algum momento ele vai se adaptar a esse barulho. O apê fica entre duas estações: a Eglinton West e a Glencairn. Estou muito bem provida de transporte por aqui. Aqui é perto de um parque, tem um supermercado pra gente rica na esquina (Sobey´s) e umas lojinhas de conveniência por perto. Duas estações pra cima (norte) é um shopping meia boca e 3 estações pra cima é o Yorkdale mall - pra mim, "O" shopping de Toronto. Em relação a minha localização etno-geográfica, estamos num bairro jamaicano. Tem tanto negro aqui que eu me sinto em família. É muito bro e muita sister! Em segundo lugar tem a população do leste europeu. Acho que todos eles moram nesse prédio. Às vezes eles se encontram no elevador. Dai é mais ou menos assim, como eu vou tentar ilustrar. Pra facilitar a visualização da cena, vou colocar aqui a legenda:

A: alguém de cujo país é longe pra cacete.
B: idem
O: observadora boiante: eu.

A: aghiuergernhiuehgkejnge
B:oiehjroijihotjohjtiohjoiyhioj
O:huh!?

A:ergktnhhjrknhjknvbknkjg
B:ththgkgnkhnkjbnkjsndfjkn
O: huh!?

A:khtknkgbn,gnbgnkjgnbkjg
B:kgnhjtihojtiohnmthnhnkn
O: huh!?

(fim da cena: eles se vão e eu fico me perguntando se alguém foi ofendido ali).

Acho que até eu começar a mostrar a minha tag nas costas que indica minha procedência, pensarão que eu também vim da jamaica.

Mas deixa eu falar um pouco mais sobre essa maravilha de apê.

Moramos no 12o andar, o que é muitoooo bom e muiiitoooo ruim. É muiiiito bom porque a vista aqui é uma coisa colossal! Do nosso quarto eu consigo ver a CN tower! É muuiiitooo ruim quando se divide o elevador com outros vários moradores. O elevador aqui é uma criança hiperativa: não pára, não pára, não pára não. O prédio tem 19 andares e 8 apartamentos por andar. Dai você faça as contas...

O prédio tem uma piscina, mas no momento ela está mais seca que o extremo sertão nordestino. Estou louca pra saber quando vão enchê-la, mas só por curiosidade pois um profissional de arquitetura muito competente acertou de mandar construir a piscina na sombra! Logo, só entro na danada se tiver tomando uma com o satanás. Vai ter que tá infernal e, pra o clima ficar infernal pra uma nordestina...ihhhh, meio improvável. Fora que tem mais criança aqui que daycare. Aquela piscina no verão vai estar mais disputada que água de coco no deserto.

Enfim, acho que meu apê já foi muito bem apresentado, né!?

Ainda não tirei fotos pela preguiça mesmo, mas prometo que assim que ela passar e eu parar de resolver coisas, eu tiro. Ou seja, sejam pacientes!!!!! hehehe.

Em relação a mobília, digamos que a decoração do apartamento esteja por enquanto num modo minimalista. Não por opção, claro, mas por pobreza mesmo. Temos 1 sofá, 1 cadeira na sala. 1 desk (escrivaninha) e uma cama box no nosso quarto. 1 cama box de solteiro no outro quarto.

Ainda planejamos comprar uma tv e um móvel com gavetas pro quarto, mas ainda vai ficar faltando muiiiita coisa. Olhando pelo lado cheio do copo (ou: esquecendo um pouco a situação de pobreza atual), isso nos motiva a procurar emprego!

É isso crianças. Hoje fui na COSTI (uma organização que ajuda imigrantes) me inscrever pra um workshop sobre "como fazer currículos e cover letters" (tipo uma carta de apresentação que normalmente se faz aqui quando a gente se candidata à vaga de emprego). Foi bem legal. Conversei com uma job consultant e isso me deu um fôlego maior pra começar a minha procura por emprego. Semana que vem vou ao tal workshop e, assim, iniciarei minha job search.

Só pra não perder o post, vou falar rapidamente sobre minhas impressões sobre a cidade:

Toronto é grande, absolutamente cheia e plural e é isso que eu amo sobre a cidade. Hoje não consigo me ver em nenhum outro lugar que não aqui. Adoro a atmosfera da cidade e das pessoas também. Tem gente que passa e nem olha pra vc, tem gente que passa e diz "hi", tem gente que passa falando sozinho (desses, é melhor passar longe). Tem gente de burca, de pano na cabeça, gente com aquele "terceiro olho" na testa, gente com shortinho beira sul e muita gente que fez do desodorante seu inimigo particular (ecaaaaaaaa). Mas também tem muita gente cheirosa! Aqui tem um trânsito caótico que eu morro de medo, mas que me fascina. Tento entender a lógica de certas manobras, mas ainda não me entra na cabeça. Dá muito medo. A comida aqui não é como dizem - ruim. Se alguém reclama é porque ainda não analisou de verdade. Supermercado tem comida pra todos os gostos e bolsos! Só cuidado com a escolha do supermercado, porque comida aqui pode ser um negócio bem caro. Eu me viro bem com meu inglês aqui. Não tenho dificuldades em ser compreendida e nem em compreender. Tenho dificuldade em entender certos imigrantes devido ao sotaque, mas nada do outro mundo.

Eu me sinto muito à vontade aqui, muito mais que no Brasil. Cada um se veste como quer e pode e ninguém está nem ai pra ninguém. Pra chamar a atenção aqui só matando alguém! hahaha. Adoro isso. Adoro o fato das pessoas serem fechadas porque eu também sou assim. Enfim, tudo isso pra dizer que estou no lugar certo.

É isso.

C'est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

TORONTOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!

Hello kids, Hello parents!

Sou eu, dessa vez falando diretamento do Canadá! Muitos já sabem, mas alguns ainda não have a clue: Estamos em Toronto. E, sim, esse é o nosso destino final. Desistimos de Ottawa e puxamos a cordinha pra descer uma parada antes.

Parada solicitada: Toronto.

Deixando de lado as explicações e justificativas sobre essa questão, vamos a narrativa épica da nossa jornada rumo ao Great White North.

Dia 7 de maio

Depois de uma noite mal dormida, várias horas tentando enfiar tudo nas malas e alguns mls de lágrimas, embarcamos. O avião saiu de Recife levemente atrasado (cerca de 30 minutos) rumo a caliente cidade de Miami. Saimos de Recife por volta das 11h e uns quebrados. O vôo foi tranquilo, tirando a qualidade da aeronave, claro. Telas individuais? Uma vasta seleção de filmes? Isso ficou pra trás baby! Só parcas telas no corredor passando um filme de época...época da minha bisavó. Sacal o suficiente pra eu tirar uns cochilos com ajuda do meu amigo Rivo(tril). A comida foi legalzinha, nada sofisticada, mas gostosa. Comi algo que parecia um picadinho de carne. Algumas horas depois, chegamos safe and sound em Miami. E foi ai que Fred Krueger apareceu e disse: "eu, eu, eu, todo mundo se leleu!"

Fiquei super feliz em relação ao meu preparo físico. Sim queridos, andamos, andamos, andamos, andamos, andamos e andamos mais um pouco até chegar a alfândega americana. Lá, descobrimos que nós e o resto do mundo também ia passar por ali. O dedo pôdhi de Diogo escolheu a fila cujo agente de imigração tinha menos neurônios ativos naquele momento. Metade estava ali e a outra estava tirando uma soneca em casa. A sorte foi que uma senhora que supervisionava as pessoas na fila nos ajudou a entrar numa fila menor. Fomos atendidos rapidamente e voamos como dois marrecos famintos em busca das nossas malas ( faz de conta que marrecos usam malas pra viajar).

Já descendo da escada rolante avistei algumas de nossas malas. Corri na direção das coitadas que mais pareciam senhoras de meia idade, com princípio de depressão. Nem pareciam aquelas jovens vigorosas que deixamos na esteira. Uma delas inclusive estava rasgada, mutilada e humilhada, com os bofes pra fora. Recolhemos nossas filhinhas e, sadly, descobrimos que nem todas elas estavam ali. Faltava a neguinha cujo conteúdo pertencia completamente a Diogo! Depois de rodar feito um frango bêbado atrás dela, fui até uma senhora responsável pela área das bagagens e lhe disse sobre o ocorrido. Ela nos orientou que somente poderíamos reclamar a mala no nosso destino final.

Mais uma vez os marrecos voaram. Dessa vez, rumo a área de conexão. Faltavam pouco mais de 20 minutos. Voamos até lá para, mais uma vez, sadly, descobri outro problema. Com o perdão da palavra queridos: a merda da tag da mala. A tag pra quem não sabe é aquele adesivo que se cola na mala antes dela ser deixada na esteira pra seguir pro avião. Uma de nossas malas estava sem essa porcaria, o que nos impossibilitava de deixar as malas lá. O cara disse que deveríamos ir até o segundo andar do aeroporto e tentar recolocar uma nova tag naquela bag. Quando fizéssemos isso, ele aceitaria todas as malas. Radical, não!? Enfim, voamos só que dessa vez como periquitos com asas semi-cortadas- muito corre e corre e pouco vôo. Chegando lá o cara disse que deixássemos as nossas filhinhas com ele e fôssemos correndo para o portão, pegar a conexão. Caso contrário, perderíamos o vôo. Abandonei nossas filhinhas lá e fomos pegar o vôo pra Toronto.

Felizmente conseguimos pegar o vôo a tempo...

Miami- Toronto foi um vôo bem curto (2h 40min), mas bem assustador. Pra fechar a noite com chave de ouro, demoramos cerca de 30 minutos ou mais tentando descer em Toronto. Tinha muitas nuvens no céu e muito, mas muito, mas muito vento. Eu nunca vi um pouso daqueles. O avião desceu dançando, balançando de um lado pro outro feito uma gangorra. Rezei pacas - tá vendo mamãe, eu ainda sou católica!!!!

Chegando no aeroporto, fomos até a alfândega. Fomos bem-recebidos e logo fomos averiguar nossas malas. Pra nossa surpresa deliciosa, além da mala neguinha de Diogo, mais duas malas nossas resolveram passear por ai. Só achamos 3 das 6! Preenchemos um formulário reclamando as malas e fomos esperar nosso amigo Raul nos pegar.

Welcome to Toronto!

and

Thank you for flying American Airlines!

O desfecho das malas ainda está em andamento: Todas foram encontradas no sábado. Uma foi entregue no domingo e outra hoje. Outra talvez chegue amanhã. Imigrar é assim, né!? Uma surpresa por dia!

Até nossa próxima surpresa então!

C´est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei!

Obs: Adooooooro essa cidade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 11 de abril de 2010

Feche minha filha!

Sim, eu fechei a nossa primeira mala. Tecnicamente a mala é nossa mas, por todo o conteúdo dela ser meu, ela é minha. Não que ela esteja pronta pra cruzar as américas, mas digamos que 95% esteja. Ainda tem uma penca de bregueços pra preenchê-la - se ela aguentar, claro. Pesei a bicha e, para minha surpresa, a balança marcou 23kg! Eu não faço idéia como, mas ela vai ter que comer mais! Subnutrida assim ela não viaja!

Ok, ainda faltam uns 20 dias para a tal voyage, mas não custa nada já ir pondo as coisas em ordem, não!?

Pra ser bem sincera, faz tempo que eu não estou mais vivendo aqui. O corpo ficou, mas a mente já pegou um air canada faz tempo...

In the meantime, quando ela aterrisa aqui, usu-a prioritariamente para resolver coisas relativas ao Canadá. Essa semana passada usei-a para ligar para a central do HSBC no Canadá a fim de conseguir um telepin (senha do internet banking). Ahh, faltou dizer que finalmente abrimos a conta no Canadá: Hip Hip Hurra! Ou seja lá o que se use por aquelas terras...

Liguei toda insegura sobre se iria entender o atendente. Depois de alguns minutos e algumas musiquinhas irritantes mescladas com uns silêncios estranhos, eis que alguém atende. Eu sei lá onde se deu o parto daquele ser, mas com certeza não haveria de ser no Canadá. Sotaque levemente estrambólico, mas de fácil compreensão. Depois de lhe prover as informações necessárias para constatação de que eu era eu mesma, eis que a compreensão foi dar uma passada lá na esquina:

"Ok Ms, now I need your me."

E foi ai que a vaca voou, junto com o boi e o bezerro.

E tudo o que eu sabia de ser era: "excuse me", "could you explain"...etc, etc...

E tudo que aquele pequeno ser parecia pronunciar era: "your me"

Na minha cabeça vieram: Windows Me, Mini Me, Meeeeeeeeow?

Seria isso que ele queria? Minha melhor miada?

Depois de muitos Mes e muita perda de energia mental, fechei bem os olhinhos e pedi mais uma vez para que me fosse repetido aquele nome espacial, extraterrestre, pré-paleolítico...e me veio na cabeça: o que diabos eu ainda não disse que essa criatura quer que eu fale que comece, parece, se assemelha vagamente a Me??

Eu então falei, hesitante: "naMe?"

A criatura respondeu: Yes, your Me!

E foi ai que eu me senti segura, linda e livre, como as mulheres na propaganda de absorvente noturno, rolando na cama. Eu sou a superior aqui! SIM, BABY! I´M THE SUPERIOR! E dai toda a insegurança inicial se desfez e eu me senti mais do que apta a estar no telefone (correção: skype), ligando para o Canadá. E que bom que eu me senti assim porque só depois de falar com o 3o atendente eu consegui o diabo do telepin.

Realmente não havia me ocorrido a possibilidade de uma firma de telemarketing terceirizada, na China. Mas valeu pela experiência e por conhecer todos aqueles atendentes cujos nomes eu não conseguia repetir logo após a pronúncia de cada um deles: "Good aftertoon, ituhyjjorjotojytij, HSBC, how can I help you?"

Essa semana ligo outra vez. Dessa vez para falar com nossa(o) gerente, confirmando o recebimento do welcome package. Vejamos como será dessa vez...Estou ansiosa para minha próxima aventura skypeana. Bring it on!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

C´est comme ça. Good luck for those who need e até mais tarde aos que verei!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Pra não perder o costume...

Hello, hello. Eu aqui once again. Ainda em Recife, mas em clima de "xauzinho, me liga". Essa semana é a semana da gincana dos exames. É colposcopia, ultrasonografia, sangue, urina...Quem prometer entregar primeiro, ganha.

Continuo apreensiva em relação a onde vou residir em Ottawa, mas bem menos impaciente.

A impaciência maior continua relativa a resposta das universidades. Ainda não sei o que será da minha vida profissional por aquelas bandas...

Incertezas a parte, hoje estoy contente! Os livros que havia encomendado na Amazon chegaram! Aquela sensação de ter sido "otarizada" se foi. Todo brasileiro sabe do que eu estou falando. É aquele calorzinho que dá no meio cocão, aquele ódio que desce feito café quente, queimando tudo!
Ser otarizada é sair de tabacuda, ser enrolada feito um burrito, um taco, uma panqueca...

Felizmente, não fui. E agora começo minha leitura, na tentativa de mudar um paradigma de vida. Comprei livros sobre finanças. Um fala especificamente da finanças no Canadá e o outro é mais abrangente. O plano é aprender a poupar (lembram da dança do dinheiro?). Deixar o dinheiro em paz, dormindo quieto dentro da carteira. Sem se coçar!!

Pela primeira vez na vida eu me preocupo com o meu futuro financeiro. É o Canadá operando milagres! Espero que a espera por esses livros (que sairam dos EUA em janeiro de 2010, provavelmente carregados por um jegue manco) venha a valer a pena. Depois eu faço aqui uma review sobre eles.

É isso, por enquanto.

C´est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei!