Sim, é dezembro.
Sim, meu último post foi em agosto.
Sim, faz tempo hein!?
Realidade afirmada, vamos ao que interessa: o hoje.
Depois de tantos meses, o que era novidade já virou museu. Mas eu digo assim mesmo, só pra fazer de conta que foi ontem. Eu tirei a carteira de motorista, fiz o GRE (merecia um post só pra essa merda, mas agora já caguei tudo mesmo), me inscrevi num voluntariado com doentes terminais, finalizei o treinamento pro voluntariado, enviei uma porrada de currículos...
Ah! Antes que me esqueça (se é que é possível isso acontecer sem que eu perca massa encefálica): Estou desempregada! Tudo começou quando eu decidi que não dava mais pra ficar no call centre. Parte de mim já havia decidido isso na minha primeira semana de trabalho, era só uma questão de quando o pinico ia encher até a boca. Resolvi finalizar esse capítulo da minha vida enquanto eu ainda tinha essa opção. Nos meses seguintes me dediquei a estudar para o GRE, procurar possibilidades de emprego na minha área e, claro, dormir - nem sempre nessa ordem.
O GRE levou consigo boa parte de meus neurônios, um pedaço da minha auto-estima e alguns dólares (nem entremos em detalhes...). O TOEFL foram umas uvas sem caroços perto do complexo caranguejo de 15 patas deformadas que eu tive que comer (Ô trabalho de corno!). As notas foram tão baixas que eu nem me lembro mais. Pra quem não sabe o que é o GRE, vai ai uma explicação rápida. O GRE é um teste que algumas - a maioria- universidades pedem como pré-requisito para entrar num curso de pós-graduação (leia-se mestrado, doutorado). Ele é dividido em três partes: verbal, matemática e redação. Pessoalmente eu acreditava nisso antes de fazer o teste. Agora eu acho que uma divisão mais justa nomearia essas categorias em: "mamãe, eu sou analfa", "puta merda, eu não vi isso no segundo grau" e "eu juro que eu entendi, mas eu não sei dizer".
Lembro (com muito esforço, dado o severo trauma sofrido) que não sei por que diabos das cargas d'água da compesa eu tirei uma nota maior em matemática. Foi a prova concreta de que a última coisa que esse teste fez foi refletir a minha real pessoa. A matemática e eu sempre caminhamos em calçadas diferentes. Não, não foi por falta de esforço, é que tem gente que nasce desprovida mesmo, sabe? Acho que esse ano já posso dar adeus a possibilidade de entrar num mestrado ano que vem. Totalmente cômico, se não fosse trágico! Agora é só esperar chegar o final de 2011 para a seleção de mestrado para 2012! Acho que já presenti que ia feder feio e só me inscrevi na York University.
Psicologia me parece cada vez mais distante. Mas eu ainda não desisti! Calma! Porém, todavia, contudo, uma outra porta se abriu. Pesquisando sobre emprego, voluntariado, oportunidades de ganhar dinheiro sem precisar rifar meu corpo, achei um programa legal na Ryerson University. É um certificado em prática na área de Serviço Social. São 10 meses de teoria e prática (estágio numa instituição) e, no final, se sai com um certificado na prática. Passei na universidade pra falar com a coordenadora do programa e ela me deu várias informações valiosas. O curso é voltado para imigrantes e começa no meio do ano. Como vi que muitas das vagas de emprego na área de counselling são classificadas como Social Service, esse certificado seria uma coca-cola gelada em Mossoró, ao meio-dia de janeiro. A salvação! Como tenho um bacharelado em Psicologia, a coordenadora me disse que, após o certificado, se fosse do meu interesse, eu poderia entrar na universidade pra concluir um bacharelado em serviço social (segundo ela, isso duraria 1 ano). Claro que a mamãe aqui ficou super interessada. Mamãe quer dindin, carro e, se não for pedir muito, uma casa! Se possível, nos próximos 2 anos! Esse negócio de estudar, pra tentar, quem sabe, num dia lindo ensolarado entrar no mestrado não é pra mim. Pra ser bem sincera, eu nem sei se algum dia foi. Talvez seja, quem sabe. O que eu tenho certeza é que, pelo amor de papi do céu, eu quero sair dessa pindaíba! Tá, esse meu horário flexível está super cômodo (gostaram do eufemismo? hein!? horário flexível, ui!), mas eu quero mais! Torçam por mim!
Antes de finalizar esse post, eu quero deixar um comentário aqui sobre essa maravilha que Deus criou chamada inverno. Em inglês não é tão óbvio, mas em português está mais escancarado que perna de kenga em boleia de caminhão: se inverno fosse bom se chamaria céu, paraíso, ikea (tá, essa é por minha conta), outlet, Geoffrey Dean Morgan. Isso aqui está longe de bom. A Neve mela tudo, as calçadas ficam escorregadias, as pessoas ficam todas parecendo o boneco de Marshmallow dos Caça-fantasmas (glamour? Zero!), as conversas fiadas no meio da rua acabam, o trânsito fica mais lento, esperar ônibus consegue ser ainda pior (ô pobreza!) e eu não vou nem mencionar a ida ao supermercado...
Eu sou o grinch do inverno! Eu quero sabotar essa porcaria! Morte ao inverno! Já!
E pra aqueles que pensam que esse é meu primeiro inverno, digo: É não, visse? Sei bem o que é -15, -20. Infelizmente eu sei que a festa só acabou de começar...
É um inferno esse tal de inverno...
C'est comme ça! Good luck for those who need e até amanhã aos que verei!