sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ativando o quase desativado...

Hello pessoas!

Tem sido um longo e intenso verão...

Peço mil perdões pela demora em atualizar essa joça, mas eis que volto - fiquem felizes, é o que importa, né não!? Difícil saber por onde eu começo, mas vamos lá!

Desde julho comecei a trabalhar n, graças um call center à minha miga Rossana que me indicou pra vaga. O que eu faço? Sou uma agente bilíngue. Parece até chique quando eu coloco dessa maneira: agente bilíngue. Se eu não tivesse mencionado o "call center" garanto que vocês iam estar pensando: "Eita pleura, alice é intérprete! Uau!" Não meus caros, estou bem longe disso. Aliás, longe disso e do meu local de trabalho também.

Na ida demoro cerca de 1 hora e meia pra chegar lá na rua da p*** que o p**** com a rua do k**. Pra quem não sabe aqui no Canadá a gente sempre se orienta em relação aos endereços falando os nomes das ruas que se cruzam. Essa é a intersecção do meu trabalho. Como na ida vou bem cedo, não pego muito trânsito e não tem muita gente nas paradas de ônibus. Assim, o ônibus vai rápido e pára poucas vezes. Já na volta, é outraaaa história. Quer dizer, isso depende de que horas eu volte. Sim meus queridos, porque lá na empresa os agentes bilíngues (chiquéééérimo!) tem vários horários. Bem, me pautando pelo horário das pessoas normais (de 9 às 5), eu demoro entre 1 hora e quarenta e 2 horas pra chegar na minha residência. É uma perda de tempo dos infernos. No total eu pego 2 metrôs e 2 ônibus. O trampo fica em scarborough, uma cidadezinha bem pertinho de Toronto. Assim, é pertinho quando se vai uma vez ao mês pra fazer sei lá o que naquele fim de mundo, mas pra quem vai todo santo dia é a viagem ao centro da terra - ou seria ao centro do orifício do mundo? Enfim, deu pra entender.

O ambiente de trabalho é muito legal. Tem muitos brasileiros, mas também tem portugueses, africanos, haitianos, caribenhos, enfim um ambiente bem torontoniano. Os poucos canadenses (nascidos e criados) que lá existem são filhos de imigrantes. Todos se dão bem, fofocam pra chuchu e juntos dividimos os esporros nossos do dia a dia. Juntos acalmamos uns aos outros e rimos muito também.

Pessoalmente eu nunca me imaginei atendendo telefonemas o dia inteiro. É extremamente cansativo, especialmente quando se está toda hora a mudar a "chavinha" mental do português pro inglês e vice-versa. Com o tempo a gente se adapta, mas mesmo assim o cotidiano é bem cansativo.

Feliz, feliz no emprego eu não estou, mas pro aqui e agora ele me provém o que preciso: bufunfa, dindin, doletas! Sinto uma falta danada do consultório, da psicologia, de estudar psi, de respirar psi. Às vezes volto pra casa pensando: o que diabos eu estou fazendo? Aliás, às vezes é pouco. Todo dia seria uma expressão mais sincera. Até agora não consegui definir bem essa resposta. Por enquanto vou seguindo nesse caminho.

Meu apê tá quase todo do jeitinho que eu quero ele. Está mobiliado, mas ainda falta aquele toque que diz "ei, mora alguém aqui". Faltam quadros na parede, mais fotos e artigos decorativos em geral. Falta também um item bem importante, mais especificamente no cômodo no subsolo do prédio: UM CARRO! Todo dia voltando do prédio ao lado das botas de judas (aquelas que ele perdeu!), fico olhando os carros na rua, feito cachorro olha galeto em padaria. Na minha cabeça só vem: "hmmm delícia! hmmmmmmm ahhh eu num desses!". Para os menos higiênicos mentalmente, não estou falando de nada sexual. É um carro queridos! Enfim, mas esse é um outro capítulo...

C'est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei!