quarta-feira, 26 de novembro de 2008

On a reussit!!!


     Tchanan!! Feliz, feliz, feliz, esse é o meu estado de espírito atual (apesar do estresse monográfico). Nossa entrevista foi ontem, lá em Boa Viagem, no Hotel Villa Rica, no salão Xaxado pra ser mais específica. Como foi? Senta que lá vem a história!!!! Eu vou começar do início, mas bem do início mesmo...mas podem ficar tranqüilos que eu não vou começar por Adão e Eva não (apesar da minha vontade de imigrar remontar o antigo testamento). Here I go...
       Tudo ia avacalhadamente bem até quinta-feira (dia 20 de novembro). Esse dia foi o dia da entrevista de um casal que fazia aula de francês com nossa fessora. Após a entrevista eles ligaram para ela e relataram o que seria próximo de um pequeno inferninho com ar condicionado. Seria algo equivalente ao programa roda viva (aquele que o entrevistado fica no meio e os entrevistadores ao redor) do cão. A diferença era que o cão não falava português e concentrava em sua pessoa infernal todos os entrevistadores do programa. Ele era grosso, de uma grossura -como diria um certo locutor- estrogonoficamente profissional. Um batráquio! Nós já estávamos apavorados depois de ler tantos depoimentos horríveis sobre o tal lucifer. 
        Torcíamos para que a versão feminina do anjo Gabriel (leia-se Madame Judith) vinhesse para Recife e salvasse nossos asses do tal demido homem do haiti. Será que ele seria como o haitiano de heroes e roubaria todos os nossos poderes? Após o relato da entrevista desse casal (ambos formados em informática, como 90% dos recifenses que partem rumo ao Canadá) estávamos certos de uma coisa: fudeu a tabaca de chola! Ou, de maneira mais chique: La tabaque de chol a eté foundie! Minucioso como um paciente de TOC (Transtorno Obssessivo Compulsivo), grosso feito cano de privada e doutor em comentários construtivos como: "você não fala bem francês" e "você só sabe falar no presente". Esse era o nosso cara. 
          O casal quase não passou na entrevista por conta da pouca experiência de trabalho, mas eis que eles tinham um trunfo na mão: um projeto de imigração! Esse foi a espada de São Jorge que matou o cão caribenho. Mais uma vez: La tabaque de chol a eté foundie! Nós não tínhamos nenhum projeto concreto. O que aconteceu nos próximos capítulos dessa história? Passamos (mais eu do que Diogo) o final de semana focados em pesquisar tudo que poderíamos sobre Laval, uma cidadizinha pequena, ao lado de Montréal. O casal nos emprestou o projeto deles para que nós utilizássemos como modelo. A escolha por Laval na verdade foi deles e nós embarcamos na onda. Li guias, pesquisamos apartamentos, empregos, a fim de fazer o melhor projeto que podíamos (dado o tempo escasso que tínhamos). Na segunda-feira, véspera da entrevista, eu era um bagaço chupado de uma laranja, no lixeiro de uma rodoviária. Durante esses dias eu pensava em francês, respirava em francês, sonhava em francês...
        No dia da entrevista, saimos de casa voando após vermos que o horário que pensávamos ser a entrevista era outro. Pensávamos que era 11:25 e era 11:15. Saimos de casa às 10:30. Meu corsa virou um learjet e chegamos lá em 13 minutos (da Boa Vista até a pracinha de Boa Viagem). Chegamos lá, esperamos ser chamados e pimba! Chegou nossa hora. Era tudo ou nada. Eu estava nervosíssima antes mas, quando entrei naquela sala, acho que diminui um pouco minha ansiedade. Diogo, ao contrário, deixou na recepção do hotel aquele outro Diogo zen, a tomar água de coco. Eu vi naquela sala outro Diogo - devia ter filmado para guardar para posteridade. Ele começou perguntando como estávamos e respondi que estava nervosa. Ele perguntou por que e Diogo respondeu que era um dia importante para nossas vidas. Acho que ele pensou que eu não falava lá essas coisas. Começou a entrevista comigo. 
        Respondi tudo que ele queria, entreguei os comprovantes e ele seguiu com Diogo. Enquanto me perguntava as coisas, mandou Diogo se calar umas 3 vezes, pois não queria que ele me ajudasse - queria me ouvir falar sozinha. Diogo falava enrolado, ficou todo nervoso, mas sobreviveu até o fim. Ele aceitou os anos de trabalho de Diogo e pôs-se a imprimir um papel que não sabíamos bem se era o csq ou sei lá o que. Nós nem tínhamos mostrando o nosso projeto ainda. Literalmente ele nos cozinhou naqueles poucos minutos que imprimia. O silêncio se fez presente e somente após tudo está impresso eles nos confirmou que havíamos sido aceitos por ELE. Pensei comigo: Je vous acepte uma buçanha! O governo do Quèbec é que aceita a gente. Tu é só funcionário, mamãozão! Enfim, foi isso. 
      Minha impressão em relação a ele? Sinceramente não o achei tão grosso quanto muitas pessoas falaram. Acho que ele poderia ter sido mais educado, ter poupado Diogo quando disse que ele não tinha um bom nível de inglês e podia ter feito o ambiente ficar mais leve. Acho que ele gosta mesmo da sua posição: acima dos outros meros seres humanos. Ele pressiona, aperta pra ver se peida mesmo. E se você peidar, ele se acha! De qualquer forma, o que importa é o resultado final: o csq. Foi suado, foi estressante, mas valeu a pena. 
         Esse processo (que ainda tá meio longe de acabar) tem sido muito bom na minha vida. Aprendi uma língua nova, a qual pra mim era completamente estranha. Hoje não vejo o francês com os mesmos olhos que via quando comecei a me preparar para o Quèbec. Acho que a gente começa a apreciar uma coisa quando ela passa a nos ser mais familiar, quando ela passa a fazer parte da gente. Francês pra mim já não é mais assustador e, no fundo no fundo, acho até que gosto dessa língua - nunca tanto quanto eu amooo o inglês, mas hoje tenho uma maior empatia. 
          Pretendo continuar a estudar a língua, aperfeiçoá-la e, ao mesmo tempo, me reciclar no meu inglês. Piadinhas à parte, acho que M. Eddie - apesar da grossura - é um pouco responsável por tudo isso. Graças à ele, eu lutei, fui dormir de madrugada, li pra chuchu e fui além pra melhorar minha pronúncia. Adorei o fato dele ter me elogiado, algo que pra mim foi muito significativo, em especial vindo de alguém que não me conhece e não tem nenhuma obrigação de ser gentil comigo. Isso me fez ver que eu não posso jogar fora todo esse esforço que venho fazendo para aprender essa língua tão complexa pra mim: o francês. 
             Grosso, um pouco insensível e bastante sério. Sim, ele é tudo isso. Mas, não posso negar:  ele  foi sincero e, por isso, a palavra dele se fez pesar bastante pra mim. Hoje tendo mais pro lado do Quèbec. Ralei muito pra chegar até aqui e, definitivamente, não vou desistir tão facilmente dessa província. É engraçado, entrei nesse processo emputecida com a vida por ter que aprender outra língua quando eu já era fluente no inglês, mas hoje vejo que foi bom pra mim. Abriu um pouco mais a minha cabeça. Vou me esforçar para mantê-la aberta. 
              Vejamos onde vamos parar...
             Ah quero deixar aqui registrado o meu agradecimento a todos aqueles que, de alguma forma, me ajudaram. Ao casal Jerry e Ignês, por ter nos emprestado seu projeto; a nossos amigos da Aliança Francesa pelo apoio; a minha mãe e a minha sogrinha, por terem orado por nós (apesar de sabermos que, no fundo, elas preferem que fiquemos no Brasil); a meu sogro, pela ajuda incondicional; a minha amigona Júlia, pelo apoio nas horas desesperadas e por manter minha auto-estima em níveis saudáveis quando eu achava que não era capaz. E, justiça seja feita, agradeço também ao cão do Haiti que, no final das contas, nem era tão satanás assim (ele até sorriu algumas vezes). Enfim, agora é se preparar pra entrar na segunda etapa: a conhecida etapa "manda documento e esquenta cadeira". É isso ai people, me despeço, comme d´habitude:

C'est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei.




segunda-feira, 10 de novembro de 2008

É pa' si' fu'!

Bem, bem, bem...olá!
Hoje tive mais uma aula de francês com minha fessora privée. Estou deprimida, quero um prozac. Descobri que não sei porque escolhi o Quèbec dentre as tantas opções maravilhosas que tinha - o bairro da Boa Vista, por exemplo. Quando minha fesseur me perguntou "pour quoi le Quèbec?" Deu um til´ti no cabeção e tudo que saiu naquele momento foi: C´est meilleur que le Brèsil! Pronto virei bebê de novo! "Mainhaaa a bolsa da Marina é melhor que a minha!! Eu quero uma!" Grande fezes - é feio dizer bosta- de justificativa. Desesperada, resolvi continuar nos meus esforços teatrais de decorar tudo de belo que dizem sobre o Quèbec. Por favor, quem puder me ajudar, escreve um comentário sobre essa gostosura de província. Tentei raciocionar e ponderar sobre o que o Quèbec tem que Ontario - por exemplo- não tem. Pessoas bilíngues? Hmm não me parece uma vantagem. Que tal, muita gente misturada? Imediatamente imaginei aquele saudoso clipe da música "we are the world". All singing: "We are Quèbec, nous sommes les enfants, la la la..." Enfim, tudo na vida é uma questão de ângulo. Na festa da Vitória Régia tinha um monte de gente misturada e o couro comeu às 3 da matina do sábado. Bem, tenho que trabalhar mais intensamente! Outra coisa sacal: L´ordre des psychologue du Quèbec! No site eles dizem que só exerce a profissão quem tem doutorado, mas que uma pequena parcela - que não é phd, ou seja, que não é tão phoda assim - trabalha na área. Ora bama! (piada de presidente pooooode!) Decidam-se! Pode ou não pode trabalhar? E em que se pode trabalhar? Eles descrevem uma penca de atividade que o psicólogo cadastrado na ordem pode fazer, entretanto, eles não especificam o que se pode fazer antes de ter o bregueço do doutorado. Aqui em Recife tem psicólogo que vende natura, trabalha em shopping, é fessor de inglês. É assim? Uma parcela dos graduados é absorvida pela ikea? GM? Uma terceirizada de serviços gerais? o setor de reclamação da wallmart?Vou écrire um email pra eles. É pa'si'fu um business desse. Na última opção eu faço informática que não tem ordem nenhuma mesmo. Eu vou uppar nessa vida! Apesar de que, pelo que já me contaram, psicólogo ganha um argent bem fils de la mère. Obviamente que, au Quèbec, só os fils de la mère com doutorado. Resta saber o que o restante faz. De qualquer forma, assim que acabar essa buçanha da minha mono eu volto a levantar peso na academia. Ainda há a opção do poll dancing (nem sei se é assim que se escreve). Aliás poll dancing pra os mais chiques e sutis porque pra mim mãe, nordestina bem roots de Mossoró, é a dança do pau mesmo. Mas essa opção ainda não está em vigor. Eu vou faire des recherches pra ficar por dentro desse pavê encantado que é o Quèbec. De qualquer forma, qualquer ajuda é bem vinda! Mande a sua sugestão e me ajude a responder: "Pour quoi le Quèbec?" 

É isso ai! Vou-me. 
C'est comme ça. Good luck for those who need [including myself] e até amanhã aos que verei. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Um post miojo

Olá à tous! Demorei mas voltei! Vou fazer um post miojão mesmo (é só 3 minutos!). A entrevista se aproxima, mas minha mono tem me sugado todas as energias! Depois que tudo isso passar, eu quero ir pro Havaí! Ahh oras, quem precisa do Havaí quando se tem Boa Viagem, né mesmo? Tirando o côco boiando, a poluição sonora, a super lotação, os vendedores ambulantes, a qualidade da água, os tubarões e o lixo, é muito semelhante a qualquer praia chic do Pacífico! Tem água e gente como em todo lugar do mundo! É pra lá que eu vou quando tudo isso acabar...só não me peça para entrar na água! Ai já é demais. Tenho treinado bastante meu biquinho francês para a entrevista, só espero que o entrevistador não pense que estou mandando beijinho. Além dele, também tenho treinado palavras chics para dizer na entrevista, a fim de mostrar meu francês totalmente high society, niveau foudent (pronuncia-se "fudã". No coloquial: bom pa cacete, ou, como preferem os franceses: Bom pa'kct). Como quebecois gosta de uma mistura entre o francês e o inglês, pensei em uppar meu francês pra um niveau fils d' une mère e demonstrar toda minha desenvoltura com as duas línguas em frases como:
1) J'ai vécu aux États-Unis during 1 anné et 3 months.
2) je n´ai pas de kids
3) Le Brazil est très beautiful and i love it, mais je prefère le Canada.
Enfim, tudo isso é pra dizer que eu não vejo a hora de acabar logo com isso tudo. Tá foudent pa´kct! Assim que acabar, como não tem o Havaí, eu vou sair de havaianas pra Boa Viagem mesmo que é "o'q á" no final de semana. É isso ai...cada um goza como pode.
C´est comme ça. Good luck for those who need [including myself] e até amanhã aos que verei...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

C´est le 25 novembre!!

hello! olá! salud!
 Hahaha, tô rindo à toa! Sexta-feira mandaram um email para Diogo a fim de confirmar a data da entrevista! Será dia 25 de novembro, aqui em Recife mesmo - em Boa Viagem. Estou muy contente! Finalmente um dado de realidade capaz de confirmar que não estava louca! O processo existiu e, de fato, eles vão nos entrevistar. Digo isso porque a espera é tão longa que por vezes me perguntava se eu não estaria a sonhar. Good good news! Essa é a parte maravilhosa disso tudo. O ruim? Bem, acho que a ficha caiu agora: se tudo ocorrer bem, bye bye Brazil! Como acho que já disse no passado, o Brasil está longe de ser um paraíso - tá, tá, as praias são lindas. O Brasil é violento, injusto e corrupto, mas é a minha casa oras! O Brasil é que nem mãe: pode até ser cheia de defeitos, mas é mãe. A gente briga, diz coisas que não queria dizer, bate a porta e diz: "quando eu puder, eu vou embora pra sempre daqui!" Mas o amor continua ali e depois a gente se abraça, em reconciliação. Esse é meu relacionamento com essa minha mamãe pátria brasileira: é sofrendo e gozando! Esse negócio de imigração mexe demais com a gente. Essa semana eu estou mais mexida que ovo frito. Tenho tido pensamentos estranhos como ir curtir a praia de boa viagem...é a danada da saudade que me bate. Ou talvez eu não tenha dormido suficiente e esteja num estágio avançado de fadiga mental - putz, Boa Viagem?curtir?  Tenha dó! Enfim, agora só me resta me preparar para o baque: No Canadá não tem sarapatel, não tem fruta suculenta como aqui, não tem praia e, principalmente, não tem o Alto da Sé! Hmmm...o detalhe é que raramente como sarapatel, frutas não fazem parte do meu cardápio, vou à praia uma vez no século e o Alto da Sé...tá vendo? Eu não estou legal. É crise pré-Quèbec! É melhor eu parar por aqui antes que eu comece a falar do nosso maravilhoso parque ecológico de Dois Irmãos...
C´est comme ça. Good luck for those who need [including myself] e até amanhã aos que verei.



terça-feira, 9 de setembro de 2008

A bunda vaga

Tchan nan! Eis que volto back from the dead depois de muito silêncio. A vida tem me sugado e, devido a isso, sempre que tenho um tempinho pra mim, findo por sucumbir ao delicioso desejo de me curtir (leia-se: vagabundar). Apesar da minha bunda não vagar por muitos lugares nesses momentos - normalmente ela se contenta em repousar sobre o sofá-, eu aproveito bastante. Num desses dias, resolvi que iria fazer algo útil e me coloquei a pesquisar coisas sobre o Quèbec e, mais especificamente, sobre equivalência de diploma em psicologia. Descobri, pro meu azar, que só é considerado psicólogo o profissional que tem doutorado! Como diria uma velha amiga: Agora arrebetou a tabaca de tchola! (Até hoje não compreendo bem o que ela queria dizer com isso, mas esse era o seu jargão para momentos "e fudeu!"). Percebi que ainda tenho muita estrada pela frente no campo do profissional. Além dessa pesquisa, também investiguei sobre as universidades do Quèbec e seus respectivos departamentos de psicologia. De todas as universités, a que mais gostei foi a Mcgill, em Montrèal. Eles tem várias áreas de pesquisa e atuação e, dentre elas, duas que adoro: saúde mental e psicologia social. Além disso tem um plus: é anglofônica!!!!!!!!!!! Francês pode ser uma coisinha fofa de papai do céu, mas até que eu alcance um niveau legal para entender Freud...bem, só sabe o que eu falo quem já leu titio Freud! Se quem lê, viaja, quem lê Freud, viaja de jegue pra Rússia, no inverno, só com a roupa do corpo e uma versão pocket book de um guia de viagem. É uma experience!!! Enfim, o fato é que eu realmente queria me formar um dia. Entrei na faculdade em 2002, atrasei o curso durante 1 ano e meio- precisei trancá-lo - e agora, em 2008, finalizo minha graduação. Quer dizer, finalizo a parte 1 da minha graduação. Em Quèbec parto para a etapa 2: the ultimate fight black version ultra hard e que se foda stage. Ai ai, é pra passar mal sorrindo, né não!? Pra compensar tamanha castração, desviei minha atenção para outros tópicos e, depois do meu traseiro virtual sentar em várias páginas, fixei meu olhar sobre possibilidades de curso de inglês no Canada. 
    Eu e Diogo estamos avaliando a possibilidade de ir estudar no Canadá e, aproveitando a oportunidade, também conhecer um pouco desse país tão tão kibon sorvane (deliciosamente gelado). Vi alguns cursos, mas nada que nos tenha chamado a atenção. O fato é que é difícil avaliar um curso somente pelo preço. Precisamos de referências!!!! Se alguém tiver, por favor deixe um comentário! Pleaaaseeee...Fico no aguardo.
   Antes de dizer goodbye quero deixar aqui registrado minha felicidade. Essa semana é nossa festa de marriage! Apesar de estarmos casados desde março, estamos celebrando essa semana oficialmente nossa união. Estou bastante atarefada, estressada, lascada e sem tempo, mas muy happy about it. Por hoje é só...
    C´est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei. 

OBS: E às bundas que vagarão sábado comigo: à bientôt! 

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Des idées

É interessante o que esse processo acaba causando na gente. Hoje me vejo sentada numa cadeira no aeroporto, só esperando a autorização para embarcar. A vida pára, os planos se congelam e o que resta é um imenso universo de ansiedade e indefinição. Acho que esse é o ônus do processo, ele acaba a nos deixar meio que numa instância entre a realidade e o fantástico, o que me faz parecer uma espécie de psicose - estaria eu realmente participando desse processo ou isso tudo é um sonho? Descobri que não somente para imigrar, mas também no período pré-imigração, é essencial ter os parafusos ajustados. Acho que o que me mantém com a sanidade mental em dia são meus planos a curto prazo. O ser humano não é nada sem projetos e expectativas! Decidi não parar minha vida até lá e prosseguir a construindo por aqui, afinal, o Canadá é só uma parte dela - que ainda me espera ao longe. Enfim, enquanto não posso escrever sobre os passos do processo, posto que nada acontece, vou escrevendo sobre minha vida mesmo. Dá uma sensação - bastante confortante- que ando, mesmo que em direção a parada de ônibus da Conde da Boa Vista, em Recife. No próximo tópico, se me lembrar, falo sobre minha monografia, que tanto tem me perturbado - mais ainda do que já sou!
C'est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Uh la la!

Ontem minhas aulas de francês começaram. Uh la la, estou deprimida. Resolvi atacar minha deficiência em outro ângulo: aulas particulares. Minha professora é quase uma tia de escola pra mim. Digo isso porque eu me sinto praticamente ingressando na alfabetização! Um jegue pareceria mais gracioso falando francês. Uh la la, que depressão. Desde abril que chutei o pau da barraca e parei de estudar francês. Hoje sofro as conseqüências desse abandono: regressão a fase oral! (piada freudiana). Enfim, só me resta correr atrás do atraso - no meu caso a pé e descalça. Uh la la! Eu sou um celta 1.0, com o ar ligado tentando subir uma ladeira! Mas a professora tá empurrando atrás, eu chego lá! Pois bem, é isso ai...
C´est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que verei.

Antecedentes criminais - parte 2

Pois bem, como prometido, eis o link que explica como retirar os antecedentes criminais nos EUA: http://www.fbi.gov/hq/cjisd/fprequest.htm. É só ler a parte de "how to request a copy of the record", seguir os passinho e pimba! Dá tudo certo! Eu não me lembro bem quanto tempo demorou para o meu chegar aqui em casa, mas com certeza é mais de 1 mês. Dica: faça isso antes da entrevista. Isso lhe poupará tempo, caso haja algum imprevisto ou demora. Em relação aos antecedentes estaduais, eu realmente não sei dizer como fazer isso pela net. Como já disse antes, um amigo fez tudo pra mim de lá mesmo. Uma dica: todo police department tem um site, procure o referente ao estado que você morava, deve haver alguma orientação.
C´est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que eu verei.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Meus antecedentes criminais

Bom dia pessoas!
Ontem fechei mais uma etapa difícil desse processo: meus antecedentes criminais estaduais. Pra quem não sabe, eu morei nos EUA durante 1 ano e 3 meses, o que me obriga a também ter que apresentar um documento de antecedentes criminais nos EUA. Como eu acreditava, eu realmente não sou nenhuma criminosa! Oba! Hehehe. Mesmo sabendo que esse é um documento que deve ser apresentado somente na etapa seguinte a entrevista, resolvi providenciar logo como prevenção para possíveis imprevistos. Uma dica para as pessoas que já moraram nos EUA por mais de 6 meses e pensam em imigrar pro Quebèc: são dois documentos de antecedentes criminais! O primeiro (que, no meu caso, eu já tirei) é tipo um documento federal que você deve pedir ao FBI e, o segundo, você tira num police department do estado que você morava. Esse segundo eu não consegui achar uma maneira de fazer online, quem me ajudou foi um amigo que morava lá. Enviei a ele minhas impressões digitais e ele foi à polícia e deu entrada no documento. Depois de um tempo (longo graças à adorável greve dos correios) esse documento me foi enviado diretamente pra minha casa. No caso do documento federal, dá pra fazer via correios (se Deus quiser que não tenha mais greve). No site eles têm um link para um formulário onde você coloca suas impressões digitais e outro formulário para o pagamento de uma taxa. É só imprimir, tirar as impressões digitais (dica: pra sair melhor, tire com alguém que saiba. Pode ser na Polícia ou outro órgão onde se tire as impressões digitais) e enviar para o endereço que eles apresentam no site. No momento não me lembro do link, mas providencio mais tarde pra ele aparecer aqui.
É isso ai pessoas!
C´est comme ça. Good luck for those who need and até amanhã aos que verei.

domingo, 27 de julho de 2008

Le début

Bem, essa é a parte que eu digo o que diabos faço aqui. Vejamos...acho que aqui não é o espaço pra resumos, serei mais detalhista. Eis a história: um dia desses, eis que meu então namorido (leia-se Diogo) resolveu -por obra do destino- que precisava estudar inglês. Até ai tudo bem, o problema veio quando ele anunciou que não queria fazer nenhum curso na nossa cidade. A cidade escolhida? Não baby, era um país! Bem, visto que eu não achava uma idéia razoável à época (leia-se: não aceitava, não queria, não dava pra ser, não, não, não, tire isso da sua cabeça), sentamos e fritamos nossos neurônios em busca de uma melhor solução para esse pequeno problema. E fritamos mesmo, pois acabamos decidindo imigrar pro Quèbec! Antes que alguém pense, a resposta é não, essa conversa não foi regada à álcool ou qualquer outra droga (a gente nem assistia televisão!). É, talvez tenhamos conversado demais sem beber água...desidratação é uma possibilidade. O caso é que chegamos a conclusão clichê, mas mesmo assim não menos triste de que o Brasil sucks (é gente, a conversa foi longa). Até hoje eu me pergunto como conseguimos atravessar tantos assuntos e pular do tópico "estudar inglês" para "putz, Recife tá foda, bora embora daqui?". Eu já disse aqui que Recife tá foda? Pois tá mesmo. Se alguém que tiver lendo isso pretende morar aqui, vá pra Natal. É menos violento e, diga-se de passagem, muito mais bonito. Por conta desse plano complexo e radical já faz 1 ano que eu e- deixa eu atualizar o status- meu M-A-R-I-D-O estudamos francês, a língua dos amantes e dos presidentes que se casam com cantoras modelos. Diogo é analista de sistemas e eu sou quase totalmente psicóloga (se é que existe isso), pois só me formo final desse ano. Sou estagiária da clínica da Unicap e amo o que faço. Eu não espero que o Canadá seja the holy land que a Bíblia descreve, acho que lá deve ter muita sacanagem também. Onde tem ser humano tem sacanagem, afinal quem não quer dinheiro? Tirando os monges, o resto do mundo. Tem até doido que gosta de uma notinha pra rasgar de vez em quando, né não!? Obviamente que, dentre os que responderam sim para essa pergunta, há o grupo seleto daqueles que colocariam até a mãe no ebay se esse tipo de comércio desse lucro. Eu acredito que esses grupos estão em todos os países, inclusive o Canadá. O que eu espero do Canadá não é a erradicação da corrupção ou um país modelo. Quero tranquilidade, poder fazer coisas complexas como andar de meio-dia na rua e falar no telefone (É, Recife tá foda), ter a sensação que há vagas de emprego em cargos bons pra quem não conhece nimguém influente e, especialmente, o grande clichê que resume tudo isso: qualidade de vida. É pedir demais? Obviamente que ainda há outras exigências mais, digamos, da ordem do não muito essencial como ter um apple, comprar um honda e um ipod touch, mas isso fica no rabo da lista. Enfim, estou me esforçando como nunca para ser mais uma contribuinte canadense. Pra mim francês não é uma língua difícil, é fácil como chupar manga, assobiar e andar de patins emcima de uma rede tentando aparecer graciosa e elegante. Como diz lady kate:" força na peruca!" Quem sabe depois desse desafio eu até consigo aprender japonês? Eu sempre quis conhecer Tóquio, é uma oportunidade. Bem, pra finalizar, quero dizer o porquê da escolha do nome "tropcanadians". O trop vem de tropical e o canadians é só olhar no dicionário porque é muito difícil explicar agora.
Optei por esse nome porque acho que, mesmo que consiga imigrar, falar o simplório idioma francês e parecer uma afro-canadense (sim, eu sou negra!), eu ainda vou odiar o frio, procurar o sol todos os dias da minha vida (pense numa necessidade!), sentir o coração apertado ao mero som do português, achar que fruta boa é fruta brasileira (só quem já morou fora sabe o valor de uma banana brasileira), juntar uns trocados pra sempre visitar meu berço e sentir saudades dessa gororoba deliciosa que todo mundo quer sair mas queria ficar: O Brasil.

Voilà, C´est comme ça. Good luck for those who need e até amanhã aos que eu verei.

Obs: Confissão pública: Recife fede, é violenta e um ovinho de codorna, mas eu amo esse lugar. Sim, eu sofro da síndrome do bairrismo, mas é numa escala controlável.